A hipertensão que acontece na gravidez pode ser classificada em:
- Hipertensão crônica: quando a mulher já sabe que é hipertensa antes de engravidar;
- Hipertensão gestacional: quando a pressão alta aparece na gravidez, mas não há alteração de exames de laboratório, nem sintomas maternos, assim como não costuma haver comprometimento fetal;
- Pré-eclamsia/ eclâmpsia: quando, além do aumento de pressão, há alterações em exames laboratoriais, sintomas maternos e/ou comprometimento fetal. A eclâmpsia é a forma mais grave da doença e se caracteriza, principalmente, pelo aparecimento de convulsões.
Para a mulher que já sabe que é hipertensa, aconselha-se o controle da doença, assim como ajuste da medicação para drogas seguras na gravidez. Mas, para as que não são, considera-se que a pressão está alta quando os níveis pressóricos forem maiores ou então iguais a 140 x 90 mmHg. Vale ressaltar, no entanto, que uma única medida não define hipertensão. Assim, é importante que a medida seja confirmada e, de fato, feita de maneira adequada.
Cerca de 6 a 17% das mulheres que estão na primeira gestação vão apresentar pré-eclâmpsia. Entretanto, essa chance é um pouco mais baixa após a segunda gravidez. Atualmente, é possível estimar o risco de a gestante desenvolver pré-eclâmpsia através de testes laboratoriais.
Como identificar a hipertensão?
O teste para estimar o risco de pré-eclampsia envolve avaliação clínica (antecedentes, peso, altura, medida da pressão arterial nos dois braços). Além disso, é preciso fazer exame laboratorial e ultrassonográfico. Contudo, não é recomendado em todas as gestações, mas sim em situações específicas. Independente da realização ou não do teste para pré-eclâmpsia, pela história clínica e antecedentes é possível identificar pacientes com maior risco, uma vez que há inúmeros fatores identificáveis.
Nesses casos, há alternativas seguras e vantajosas que visam à prevenção da doença. Por isso, no caso de a gestante evoluir com hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia, o pré-natal tem por objetivo diminuir o risco de complicações, assim como a evolução para formas graves da doença.
As consultas e exames laboratoriais costumam ser mais frequentes. Geralmente há necessidade de repouso relativo, bem como do uso de medicação hipotensora. Dessa forma, a hipertensão não complicada não altera o curso da gravidez. Já nos casos de pré-eclâmpsia, muitas vezes é necessário adiantar o parto. Mas essas decisões são delicadas e sempre devem levar em consideração o binômio mãe-feto. Além disso, leva em consideração a idade gestacional, o crescimento fetal e a gravidade da doença materna.
Portanto, é possível ter um parto normal desde que as condições permitam. Não existe um medicamento que “cure” a pré-eclâmpsia. O uso da medicação visa controlar a hipertensão e evitar as convulsões. A resolução da doença acontece com o parto.